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Uma pesquisa publicada na revista The Lancet em abril de 2015 demonstrou que a Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (MBCT) pode ser uma alternativa eficaz aos antidepressivos para pacientes que já estão na fase de manutenção do tratamento.
O MBCT é um programa que inclui 8 sessões em grupo, cada uma com duração de 2 ¼ horas, realizadas ao longo de semanas consecutivas. Além disso, há 4 sessões de reforço distribuídas ao longo do ano seguinte, a cada 3 meses.
Desenvolvido como uma intervenção psicossocial, o MBCT visa ensinar habilidades de longo prazo para pessoas com depressão recorrente. Ele utiliza uma combinação de técnicas de meditação e resolução de problemas, focando no presente em vez de revisitar o passado ou se preocupar com o futuro. Durante o programa, os participantes aprendem práticas de atenção plena e técnicas cognitivo-comportamentais, tanto nas sessões quanto através de tarefas para casa.
Pesquisadores da Universidade de Oxford conduziram o estudo com 424 adultos de áreas urbanas e rurais do Reino Unido, todos com diagnóstico de transtorno depressivo maior recorrente (em remissão). Esses indivíduos haviam passado por três ou mais episódios de depressão e estavam usando antidepressivos de manutenção para prevenir novas recaídas.
Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um que participou das 8 semanas de MBCT e outro que continuou apenas com os antidepressivos de manutenção (212 participantes em cada grupo). A recorrência da depressão foi monitorada por dois anos.
Ambos os grupos iniciaram o estudo usando antidepressivos. No grupo MBCT, os participantes que se sentiam seguros para reduzir ou interromper a medicação podiam fazê-lo após uma avaliação minuciosa com seu psiquiatra e terapeuta.
Os resultados mostraram que a maioria completou o estudo de dois anos (86%). No grupo MBCT, 13% dos participantes não reduziram a dose dos antidepressivos, 17% reduziram e 71% interromperam completamente. Isso sugere que o MBCT pode ajudar algumas pessoas com depressão recorrente a reduzir ou parar a medicação. Contudo, é essencial lembrar que a depressão recorrente, caracterizada por três ou mais episódios ao longo da vida, possui uma grande vulnerabilidade biológica e uma alta taxa de recaída, independentemente do tratamento. Isso destaca a necessidade de acompanhamento contínuo para encontrar a melhor abordagem de tratamento.
A pesquisa indica que o mindfulness pode ser benéfico para todos, não apenas para aqueles com histórico de depressão grave.
Autora: Júnea Chiari
Para acessar o estudo completo:
Kuyken W, Hayes R, Barrett B, et al. "Effectiveness and cost-effectiveness of mindfulness-based cognitive therapy compared with maintenance antidepressant treatment in the prevention of depressive relapse or recurrence (PREVENT): a randomised controlled trial." The Lancet. Publicado online em 20 de abril de 2015.
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