A depressão, um transtorno que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, tem múltiplas facetas e requer uma abordagem diversificada no tratamento. Embora as opções de tratamento tradicionais como medicamentos antidepressivos e terapia cognitivo-comportamental continuem a ser fundamentais, a terapia de Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR) tem emergido como uma abordagem promissora, especialmente em casos de depressão relacionada a traumas psicológicos.
Uma pesquisa significativa, publicada em abril de 2021 no periódico European Journal of Psychotraumatology, destaca a eficácia da EMDR no tratamento da depressão. Esta terapia, inicialmente desenvolvida para tratar o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), opera na premissa de que a dificuldade em processar experiências traumáticas pode ser a base de várias condições psicológicas, incluindo a depressão.
Como Funciona a EMDR?
A EMDR é uma terapia interativa que ajuda a reduzir o sofrimento associado a lembranças dolorosas. Durante as sessões, o terapeuta guia o paciente a revisitar essas memórias traumáticas enquanto simultaneamente se engaja em movimentos oculares bilaterais, sons ou toques, que são pensados para estimular os processos de processamento cerebral. Essa estimulação parece facilitar a maneira pela qual o cérebro processa as informações, permitindo que o paciente experiencie essas memórias de uma maneira nova e menos perturbadora.
Evidências da Eficácia da EMDR
O estudo do European Journal of Psychotraumatology conduziu uma meta-análise que incluiu dados de diversos ensaios clínicos focados em pacientes com diagnósticos de depressão. Os resultados indicaram que a EMDR não apenas reduziu significativamente os sintomas depressivos nos participantes, mas também apresentou melhorias duradouras em acompanhamentos de médio e longo prazo. Isso sugere que a EMDR pode alterar efetivamente a dinâmica emocional e cognitiva subjacente à depressão.
European Journal of Psychotraumatology (2021). "Eye movement desensitization and reprocessing for depression." European Journal of Psychotraumatology, vol. 12, no. 1. DOI: 10.1080/20008198.2021.1956793.
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